segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A FELICIDADE QUE RESIDIA EM CERTO CASEBRE



Todas as manhãs, como num rito sagrado, ela se levanta com o descortinar da alva. E, em um gesto desperto a mulher se levanta  com cuidado para não despertar aquele homem que dormia na paz d’alvorada, pois,  nem mesmo o cantarolar do galo no terreiro, nem dos pássaros lá fora, anunciando a aurora, despertava-lhe de seus lindos sonhos. Depois de fazer a higiene matinal e ter realçado a sua aparência a mulher vai à cozinha preparar o desjejum. Ela aça pão de queijo. E para o complemento ela prepara ovos e cuscuz; no cardápio matinal, também, não podia faltar o suco de caju, colhido do quintal e um bule de café fumegante.
A mulher olha através da janela para o seu pequeno mundo, e deslumbra-se com aquela manhã que lhe sorrira, e desejou colher da roseira flores para enfeitar a mesa do café-da-manhã; cantarolando mentalmente a mulher passa as mãos no avental florido, retirando resquícios de fubá e vai colher as rosas. Antes ela havia passado os olhos no interior da casa de barro, de chão batido, de decoração singela, e inundada de luzes, e pensou em seu amado. Depois de colocá-las num jarro transparente com um pouco de água ela as deposita sobre a mesa posta, e retira uma flor vermelha dentre as brancas, as amarelas e as de cor rosa e espeta-se nos cabelos um pouquinho a cima da orelha.
O homem que dormia o sono dos justos agora já se encontrava de pé recebendo o bafejar dos primeiros raios de sol daquela manhã de primavera. Ele entra na cozinha depois de ter passado pelo banheiro e disse numa voz tenor: “Bom dia, ama”! Disse o Sr. Costa. Aquele cumprimento dito num tom meigo, carioso era música para os ouvidos daquela mulher. “Bom dia amado”! Respondeu-lhe ela com os olhos brilhando.  Aquela mulher tinha a certeza de que ouviria, por toda sua vida, o seu amado repetir como um mantra a mesma frase naquela hora do dia, por essa razão, ela se levantava primeiro para que não perdesse a doce sinfonia. O dia tocava sem pressa e aqueles protagonistas realizavam suas tarefas. Nunca se ouvia queixumes nem por parte dele nem por parte dela; o tempo não era posto em questão.
No final do espetáculo do dia quando a passarada cessava o canto, quando as galinhas  empoleiravam-se e lá no céu já se podia ver uma ou outra estrelinha cintilar Sr. Costa pegava o violão e um banquinho, e convidava a sua amada para cantar consigo umas modinhas. Os dois pareciam não se preocuparem com mais nada. No intervalo de uma musica e outra os amantes se olhavam nos olhos, sorrindo e se beijavam. Eram beijos de amor_ com os olhos fechados, e lábios molhados. 
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domingo, 7 de janeiro de 2018

A MULHER NÃO TEM QUE SER ROTULADA?


As sociedades têm  criado rótulos para as mulheres,  os quais colocam a MULHER em situação, muitas vezes embaraçosa, ou em um pedestal que a eleva  o mais alto grau de um status.

SANTAS OU PUTAS!  Este rotulo é o retrato fiel do machismo nas sociedades; nós mulheres temos  que ser isto?  Temos que ser aquilo? Temos mesmo que ter um rótulo? Sermos simplesmente mulher não é o bastante? Que possuiremos adjetivos, os quais,  qualificam o substantivo mulher sem nuança de preconceito é aceitável, mas  a rotular dessa forma é desrespeito...