Estava eu certa vez,
num passado não tão distante, a observar o mundo em minha volta. Meu olhar
estendeu-se até onde não se dava mais para enxergar, onde o horizonte se
mistura com o céu e forma um barrado indefinido. Mas nesse dia era
tardezinha, e o sol mergulhava no
horizonte, e lá longe um barrado degradê surgia. Silenciosa e atenta, nesta
tarde fresca de brisa suave que cariciava meu rosto pude observar quão grande é
a grandeza de Deus. Naquela tarde senti-me inspirada, e num breve momento
descrevi com clareza e fino senso a
pagina esplêndida que a natureza descortinara para mim, ficando impressa na
minha retina e na folha de papel. Uma das mais admiráveis tardes, que a
primavera a inebriava com o aroma das flores de variáveis espécies. Como não
dizer mais? _ Sendo esta uma tarde para
cultuar a estética do universo vivo e sentido pelos poetas com tamanho
encantamento.
Arranquei-me do peito
suspiro profundo, e minh’alma sentindo-se elevada até ao Altíssimo percebe
então a pequeneza do homem mediante a imensurávelbilidade do Universo.
Compreendi, naquele instante, que as dores deste mundo passarão e o essencial
alento humanista, o verso sublime, a cantoria matinal e vespertina da passarada
nos faz ver o mundo com mais esplendor. Compreendi
que a vida é melhor se não houver perca de qualquer significado e que, a
originalidade não é saber escrever o quê
e sim sentir o que jamais se escreverá.
O sol continuou a
descambar-se, submergindo no horizonte derramando seu calor nas águas de algum
oceano donde meu olhar não abarcara.
Eu gostei fantástico muito lido o texto e a imagem.
ResponderExcluirObrigada, seja bem vindo Francisco!
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